terça-feira, 17 de junho de 2014

Aprendendo a ouvir o corpo

50 semanas e contando...

     Semana passada foi semana de abertura da copa e no dia da estréia do Brasil acordei cansado demais. A semana de treinos foi pesada e estava acabado. Conversei com o chefe Roy Siqueira (meu coach... responsável pelos meus treinos) e decidimos que era melhor não treinar aquele dia.
     Essa é uma dúvida que já percebi ser muito comum entre os atletas amadores: devo respeitar sempre a planilha de treinos ou devo ouvir meu corpo? As opiniões podem até divergir um pouco, mas a grande maioria dos técnicos e atletas de elite irão responder: escute seu corpo, não ultrapasse seus limites. E dai vem um complemento: converse com seu técnico para que ele possa entender o que está acontecendo e adequar melhor sua planilha.
     De uma dúvida simples (ir treinar ou descansar) já surge uma segunda: ter uma técnico/ assessoria esportiva ou treinar por conta? E a primeira dúvida ainda ficou no ar, sem resposta: ir ou não ir treinar cansado?
     Existe uma frase que eu gosto muito: "um maratonista vai dormir cansado e acorda cansado" (um triatleta também... (risos)). Todos os dias estamos ou estaremos cansados e vamos ou iremos treinar cansados. Existe porém uma linha, muitas vezes tênue, entre cansaço e fadiga. E é ai que está o segredo: descobrir se você está só cansado ou se você está fadigado. Treinar cansado é normal, treinar fadigado é flertar com over training, lesões, redução da imunidade, etc.
     Acho terrível ouvir que temos que conhecer nosso corpo e sermos honestos conosco sobre cansaço e preguiça. Putz, já parto do princípio que um triatleta amador é tudo menos preguiçoso. Treinar dois períodos do dia e ainda trabalhar... não dá pra ter preguiça. Geralmente o problema é outro: cansaço e neura em cumprir a planilha (pelo menos eu sou assim). E não é muito útil descobrir que era fadiga porque teve espasmos musculares durante o treino, porque ficou gripado na semana seguinte a uma semana forte ou, pior, teve uma lesão mais séria.
     Detectar fadiga é razoavelmente simples. Os dois primeiros sinais de são: aumento da frequência cardíaca de repouso e dificuldade em dormir. A maioria dos atletas mantém (ou deveria manter) um registro de seus dias de treino, distâncias programas e realizadas e coisas do gênero. Acrescentar a esses registros a frequencia cardiaca ao acordar e como foi a qualidade do sono na noite anterior é simples e uma ferramenta extremamente útil para evitar o over training. Caso a frequência cardiaca de repouso esteja consideravelmente mais alta que o habitual (mais que 10%) ou/e a qualidade do sono tenha diminuído talvez seja interessante repensar o treino do dia. Mudar para um regenerativo ou algo parecido... ai entra a assessoria esportiva.
     Acredito que ter uma assessoria esportiva é vantajoso em diversos pontos em ralação a "treinar por conta", mas dividir com seu técnico a responsabilidade de decidir sobre "se dar" um day off a mais é, para mim, incrível por tirar o peso da consciência por não ter treinado aquele dia. Assim, se decidir treinar com uma assessoria esportiva, faça sua escolha com inteligência. Para valer a pena tem que ser algo realmente individualizado (nada de planilhas pré elaboradas, aonde você se adequa a planilha e não ao contrário. Para isso, basta pegar uma planilha numa revista por ai...) e com liberdade de contato e também rapidez de resposta. Muitas vezes as decisões e adequações do treino tem que ser tomadas em questão de minutos e não dá para esperar alguém te responder no dia seguinte!
     Ah, o resultado do meu "day off" a mais: terminei a semana treinando super bem e comecei essa melhor ainda!!!!!!
      


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